terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Cuidado para não naufragar

 (Euller Júnior/EM/D.A PRESS)
Ao dirigir sob chuva, o motorista enfrenta problemas que vão desde a falta de visibilidade até o risco de aquaplanagem, aquele fenômeno que ocorre quando as rodas perdem o contato com o solo, fazendo o carro esquiar perigosamente sobre a lâmina d’água que corta a pista. Para reduzir o perigo, o condutor deve deixar o carro com toda a manutenção em dia. Saiba como se tornar um verdadeiro capitão, para levar seu “navio” com segurança até o porto.

AQUAPLANAGEM As lâminas d’água que cruzam a pista podem fazer com que o carro perca o contato com o solo e passe a deslizar, completamente sem controle, transformando o motorista em mero espectador. Trata-se de uma situação extremamente perigosa, pois existem grandes chances de o carro sair da pista, ir de encontro a outro veículo, árvore, poste ou cair em uma ribanceira. Quando o veículo aquaplana, deslizando sobre a água, não resta muito a fazer, além tirar o pé do acelerador, manter (segurar firme) o volante em linha reta e rezar.

Alguns cuidados podem ajudar a evitar que isso aconteça: manter os pneus em bom estado, com sulco acima de 1,6mm, pois são responsáveis por drenar a água; e reduzir a velocidade (abaixo dos 80km/h). É importante dizer que a aquaplanagem acontece principalmente em estradas planas e bem pavimentadas. O problema mais grave da aquaplanagem é que nem sempre as duas rodas dianteiras saem ao mesmo tempo da lâmina d’água, ou seja, uma das rodas recupera o atrito com o solo antes da outra. Isso acaba puxando o carro para um dos lados, provocando um acidente (veja ilustração).

SEM ATRITO Depois de um trecho alagado, se você precisar parar, existe um grande risco de batida, pois os freios podem não funcionar, já que os componentes estão molhados e não há atrito entre eles. Como resolver? Engrene uma marcha forte (primeira ou segunda) e rode uns 30 segundos pisando fundo no acelerador com o pé direito e firme no pedal do freio com o esquerdo. O atrito entre as peças vai provocar calor que vai secar as pastilhas, discos, lonas e tambores.

MISTURA FATAL
Chuva e pneus “carecas” é uma receita para quem tem pouco amor à própria vida e à dos outros, pois as chances de um grave acidente são muito grandes. Os sulcos do pneu são responsáveis pela drenagem da água, garantindo a aderência. Se ele estiver liso, o veículo fica com a estabilidade bastante reduzida e pode derrapar facilmente, até mesmo em curvas feitas em baixa velocidade. Rodar com pneus desgastados (com sulcos abaixo de 1,6mm) também pode gerar multa.

ÁGUA NO MOTOR É preciso muito cuidado ao transpor trechos alagados, pois a água pode entrar no motor e provocar o chamado “calço hidráulico”, cujo conserto é caro e não tem garantia. O que ocorre é que a água entra, pelo sistema de captação de ar do motor, na câmara de combustão e no interior dos cilindros. Ao tentar subir, o pistão encontra a enorme resistência da água, que, diferente do ar, é pouco compressível. O enorme esforço do pistão provoca o empenamento das bielas, ocasionando o calço hidráulico e, consequentemente, o travamento do motor. Como o reparo geralmente inclui troca de pistãos, bielas e válvulas, o serviço é muito caro (dependendo do carro, pode passar dos R$ 10 mil).

Como fugir do “calço hidráulico”: evite passar por locais muito alagados, pois é melhor perder algum tempo do que ter um prejuízo enorme; se realmente tiver que atravessá-lo, engate a segunda marcha e mantenha uma aceleração média e constante (em torno das 2.500rpm), pois isso vai evitar que a força de aspiração do motor seja muito alta, a ponto de puxar água para dentro do motor, e fazer com que o volume de gás expelido pelo propulsor seja suficiente para impedir a entrada de água pelo escapamento; e se o motor apagar durante a travessia, a primeira recomendação é não tentar fazer com que ele funcione (nem ‘no tranco' e nem na chave), sendo que o melhor a fazer é colocar a alavanca de marchas em ponto morto, empurrar o veículo até um local seguro e chamar um reboque, para que seja feita uma análise mais detalhada em uma oficina.

VARRENDO BEM Se as palhetas dos limpadores do para-brisa e do vidro traseiro não estiverem em bom estado, o motorista certamente terá muita dificuldade para enxergar, em caso de chuva forte, pois elas não vão remover corretamente a água. Geralmente, as palhetas costumam durar cerca de um ou, no máximo, dois anos, e devem ser substituídas aos pares, mesmo que uma esteja em melhor estado do que a outra. Na hora da compra, deve-se ter o cuidado de ler com atenção a embalagem, verificando o código e a lista de veículos a que se destina o jogo, pois as palhetas costumam mudar de ano para ano, mesmo sem alterações no vidro. A substituição é simples e pode ser feita facilmente, com uma chave de fenda pequena.

RESERVATÓRIO
É fundamental abastecer o reservatório do limpador do para-brisa e do vidro traseiro, que geralmente fica no compartimento do motor. Ainda tem motorista que insiste em abastecê-lo com uma mistura de água e detergente comum. Isso ataca a pintura e a própria borracha da palheta. Existem produtos específicos para essa função, que removem com eficiência toda a sujeira que vem da pista (óleo, areia, barro etc.).

FARÓIS Devem estar sempre regulados, com chuva ou sol. Quando começar a chover, o motorista deve acender os faróis baixos, mesmo durante o dia. Ao parar em um posto, ele deve limpá-los, pois a sujeira reduz de forma significativa a sua capacidade de iluminação, além de alterar a trajetória dos fachos.

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